
João Pedro Stédile, um dos fundadores do Movimento Sem Terra, concedeu uma entrevista coletiva aos correspondentes internacionais da ACE.

“Não vemos uma solução a curto prazo”, analise Stédile sobre a descontinuação do INCRA.
O economista João Pedro Stédile, um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), apresentou aos correspondentes o posicionamento da agrupação em relação ao atual governo brasileiro e fez uma análise da conjuntura política nacional e internacional. A coletiva foi realizada no dia 26 de abril no Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”, no centro de São Paulo.
Segundo Stédile, três questões unem o MST e os principais movimentos sociais contra o atual governo: A libertação do Lula, e os protestos contra a reforma da previdência e contra as privatizações. O auge desses protestos, que acontecem desde abril, deve acontecer no segundo semestre, com uma greve geral.
Para o líder do MST a aprovação da Reforma da Previdência, deve jogar a população brasileira na exclusão e encaminhar parte para a previdência privada. “A Reforma da Previdência é um assalto aos mais pobres”, disse Stédile. O economista ainda expressou indignação pela paralisação da Reforma Agrária e de políticas públicas em apoio a agricultura familiar.
“Não vemos uma solução a curto prazo”, completou Stédile ao falar sobre a descontinuação no trabalho do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a falta de assistência ao trabalhador rural. No ano de 2018, conflitos no campo fizeram 28 mil vítimas no Estado de Mato Grosso, segundo relatório da Comissão Pastoral da Terra. No entanto, o aumento mais expressivo foi o de vítimas mulheres, que chegou a ter um aumento de 377% em relação aos dados de 2017.
Apesar de não estar de acordo com a forma com que o país tem sido direcionado pelo governo atual, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fundado em 1984, continua com movimentações de ativismo político e social. Entre as próximas organizações que o grupo apoia está a greve nacional dos professores, que deve acontecer no dia 15 de maio e a tradicional, Marcha das Margaridas, a ser realizada no dia 14 de agosto, com enfoque em impedir a Reforma da Previdência.
Para acessar os áudios da coletiva, é só acessar o link.
Nathália Matos